quarta-feira, 9 de março de 2011

Faz-de-conta

Fiz de conta que
o cansaço me vestia
de abraços que nunca
tiveram braços e enchi
de sentimentos o papel
onde me reinventei e me
apaguei vezes sem conta
até ao desgaste da folha...

Não fui eu, foi a vontade
imensa de fugir para dentro
do vazio que peguei o lápis
e escrevi julgando que só me
desenhava completamente livre
dos acentos e das pontuações...

Contemplei a noite traçada na luz
de uma lua vazia nascida na palma
da minha mão. Me doeu todo o amor
que sentia e o todo o amor que eu
ansiava sentir sem fazer-de-conta...

Foi a única verdade que senti nesse
mundo de encantos e desencantos, de
encontros e desencontros, de sabores
e dissabores, de amores ou desamores
que em belos dias sonhei, me iludi e
sonhos não realizados bons dias vivi ...

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